http://www.dinheirovivo.pt/Emprego/Artigo/CIECO144203.html
Imagine que queria conceber a melhor empresa do mundo para trabalhar. Como seria? Há três anos que investigamos esta questão, interrogando centenas de executivos, em inquéritos e seminários por todo o mundo, pedindo-lhes que descrevam a sua organização ideal. Esta missão surgiu da nossa pesquisa acerca da relação entre autenticidade e liderança efetiva. Dito de forma simples, as pessoas não seguirão um líder se sentirem que ele não é autêntico. Mas os executivos que interrogámos deixaram claro que, para serem autênticos, tinham de trabalhar para uma organização autêntica.
Que queriam dizer com isto? Muitas das suas respostas eram muito específicas, claro. Mas, subjacentes às diferenças circunstanciais, aos diferentes sectores e às ambições individuais, encontrámos seis imperativos comuns. Em conjunto, descrevem uma organização que opera no seu potencial máximo, permitindo que as pessoas deem o seu melhor no trabalho.
Chamamos-lhe “a organização dos seus sonhos”. Em resumo, é uma empresa onde se alimentam as diferenças individuais; a informação não é suprimida nem distorcida; a empresa acrescenta valor aos empregados, em vez de simplesmente lhes extrair o seu; a organização defende algo com significado; o trabalho em si mesmo é intrinsecamente recompensador e não existem regras estúpidas.
Estes princípios podem parecer todos de simples bom senso. Quem não gostaria de trabalhar numa organização que os pusesse em prática? Os executivos estão, certamente, conscientes dos seus benefícios, que foram confirmados por muitos estudos. Pensemos nestes dois exemplos: pesquisas do Hay Group revelaram que empregados altamente empenhados têm, em média, 50% mais de probabilidades que os outros de exceder as expectativas. E as empresas com empregados muito empenhados têm um melhor desempenho que as que têm pessoal menos comprometido – mais 54% em retenção de emprego, 89% em satisfação dos clientes e quatro vezes mais em crescimento dos lucros. Pesquisas recentes do nosso colega Dan Cable, da London Business School, mostram que os empregados que se sentem à vontade para exprimir os seus autênticos “eu” no trabalho apresentam níveis mais elevados de comprometimento organizacional, desempenho individual e propensão a ajudar outros.
Contudo, poucas, se é que alguma, serão as organizações que possuem as seis virtudes. Alguns dos atributos contrariam práticas tradicionais e hábitos enraizados. Outros, francamente, complicam e pode ser dispendioso implementá-los. Alguns entram em conflito entre si. Quase todos exigem líderes capazes de equilibrar cuidadosamente interesses em competição e de repensar a forma como distribuem o seu tempo e atenção.
Assim sendo, a empresa dos seus sonhos continua a ser, sobretudo, uma aspiração. Apresentamos as nossas descobertas como um desafio: uma agenda para líderes e organizações que ambicionem criar o ambiente de trabalho mais produtivo e recompensador possível.
HBR//Rob Goffee, professor emérito de organização comportamental na London Business School, e Gareth Jones, professor convidado da IE Business School, em Madrid
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