CONSULTORA DE RH – CAPITAL HUMANO

FORMADORA DE COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

BUSINESS E LIFE COACH

“Ajudo as pessoas a colorir pensamentos”

Identifico-me como uma pessoa dinâmica, criativa, fascinada pelo comportamento humano, apaixonada pela vida, pela procura da felicidade, bem-estar e realização pessoal e profissional.

Com uma visão aberta e criativa identifico, avalio e desenvolvo o talento e as competências individuais, de equipa e das organizações, para que se tornem mais conscientes,eficientes e felizes, atingindo os resultados desejados e realizando-se plenamente na vida pessoal e profissional.

O meu propósito é facilitar mudanças positivas e duradouras.

‎"Se um dia tiver que escolher entre o Mundo e o Amor, lembre-se: Se escolher o Mundo ficará sem Amor, mas se você escolher o Amor, com ele conquistará o Mundo" - Albert Einstein

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Dar


Make The Homeless Smile - Worldwide

I'm Here

Há cada vez mais alunos com sono porque estiveram no computador até tarde

Fonte: Público.pt
 
Deixam de dormir, de comer ou de ir à casa-de-banho para jogar, relatam os psicólogos. O que fazer para que os mais novos não se movimentem só no mundo virtual?
Passam horas a fio a jogar online. Não comem, não dormem, nem vão à casa de banho. Há crianças que vão com sono para as aulas, adolescentes que faltam à escola para jogar. Os pais chamam-nos para jantar e eles pedem sempre mais cinco minutos que se transformam numa hora. Por vezes os pais desesperam, desligam a ficha e os filhos reagem de forma agressiva. Há quem peça aos pais para lhes levarem o jantar num tabuleiro ao quarto e outros que não conseguem passar nem dez minutos sem ir ao telemóvel.
Estas são apenas algumas histórias relatadas ao PÚBLICO por psicólogos que estiveram no Simpósio Internacional sobre o impacto das novas tecnologias no desenvolvimento das crianças, nos jovens e nas famílias, promovido pelo CADIn – Centro de Apoio ao Desenvolvimento Infantil. À margem do encontro, procuramos também perceber de que forma pode afectar o desempenho escolar, o comportamento e a atenção das crianças.
A psicóloga clínica Rosário Carmona e Costa, do CADIn, explica que para diferentes situações, como dificuldades de aprendizagem, ansiedade, problemas sociais e de sono, se tem vindo “a encontrar muitas vezes um denominador comum que é o uso excessivo da Internet, das redes sociais e dos jogos virtuais”.
O CADIn tem desenvolvido trabalho nesta área através do projecto CADInter@tivo e, entre outras actividades, promoveu sessões de sensibilização gratuitas nas escolas. Foi durante esses meses de “digressão” que Rosário Carmona e Costa se apercebeu como “estas questões estão, de facto, a afectar o dia-a-dia das crianças e jovens” e também dos pais que “parecem não saber o que fazer”.
Recolheu inúmeros testemunhos como o de um menino do 6.º ano que contou que o irmão, que não largava o computador, pediu ao pai que passasse a deixar o jantar num tabuleiro à porta do quarto – o pai acedeu. Ou crianças do 5.º ano com queixas de dores nos olhos, nas costas e na cabeça, sinais que podem ser de alerta para um uso abusivo do computador. Mas também há outras que contam que os pais lhes dizem para largar o computador, quando eles próprios estão no Ipad. Uma mãe “angustiada” ainda partilhou com Rosário Carmona e Costa que não conseguia que a filha guardasse o telemóvel no bolso das calças nem por dez minutos enquanto jantava.
Os projectos de formação, sensibilização, e informação, desenvolvidos no Núcleo de Intervenção no Uso da Internet e das Novas Tecnologias do CADIn, passam, entre outros objectivos, por realizar seminários de formação e criar uma rede nacional de formadores para sensibilizar e informar pais e educadores.
Conhecer a ferramenta
Jean-Pierre Dèmage, do serviço de apoio a dependentes de Oise, França, alerta para o facto de as crianças se tornarem rapidamente especialistas no uso da Internet e do computador em comparação com os pais, o que, numa cultura em que tradicionalmente são os mais velhos que ensinam e transmitem conhecimentos aos mais jovens, é uma mudança que tem impacte na família.
“Grande parte dos problemas que os pais têm na utilização da Internet e das novas tecnologias tem a ver com a ignorância. Os pais que são utilizadores frequentes são os que têm menos problemas com os filhos na utilização". É importante que os pais estejam a par dos sítios por onde os filhos andam.
É o mesmo com a televisão, os pais devem saber que programas é que eles vêem, nota o psiquiatra e director cientifico do CADIn, Carlos Filipe, ressalvando que se os pais passam horas a ver telenovelas ou nas redes sociais não se devem espantar se os filhos fizerem o mesmo.
Na apresentação que fez, também Cristina Ponte, da Universidade Nova de Lisboa e coordenadora do projecto EU Kids Online em Portugal, defendeu que os pais devem estar activamente envolvidos nas actividades online dos filhos e que adultos que usam a Internet com mais frequência sentem-se mais confiantes para orientar as crianças.
O que CADIn propõe não é um “discurso fundamentalista” contra as novas tecnologias, mas sim encontrar um “equilíbrio”, diz Rosário Carmona e Costa. Claude Vedeilhie, do Centro Hospitalar Guillaume Régnier, em Rennes, França, corrobora esta ideia de que as novas tecnologias, particularmente a Internet, são objectos neutros, não sendo em si mesmos problemáticos. A questão é o modo como são usados.
Carlos Filipe frisa que a Internet pode ser “extremamente atractiva e sedutora”, mas os pais e professores precisam de conhecê-la para ajudar as crianças e os jovens a usá-la “de forma prevenida”.
Quanto às horas que as crianças e jovens passam diante do ecrã, o mais importante é perceber se está a roubar tempo a outras actividades: “Não é tanto estarmos no computador, mas o que deixamos de fazer. Senão estivesse no computador, estaria a fazer o quê?”, questiona Carlos Filipe, acrescentando que é nessas alternativas que os pais devem apostar. Ler, conversar, ir ao cinema, ao teatro, praticar desporto são actividades que devem fazer parte do vocabulário familiar.
Fazer desporto e estar com os amigos
O neuropediatra Pedro Cabral, director clínico do CADIn, entende que as crianças precisam de fazer desporto e de estar com amigos, não de forma virtual, mas real: “Para não serem privados da brincadeira, para serem introduzidos à frustração do ‘quero brincar a isto’, ‘agora não, vamos brincar àquilo’”, diz, frisando que a interacção com o outro, frente a frente, permite gerir emoções, incluindo as de desagrado.
Admite que os pais trabalham muito e que, quando chegam a casa têm “pouca disponibilidade interior”, mas insiste que “vale a pena” não ceder ao comodismo de pôr as crianças em frente à televisão ou com um tablet nas mãos. A leitura de um livro, por exemplo, ao obrigar a criança a imaginar, a construir mentalmente as imagens, vai permitir uma “apropriação” daquele conteúdo “mais duradoura”. Também o psiquiatra Luís Patrício, director da Unidade de Patologia Dual da Casa de Saúde de Carnaxide, defendeu que “vale a pena ler um livro, folheá-lo, é uma relação mais quentinha”.
Apesar de ser um tema ainda em estudo, Pedro Cabral acredita que crianças que passam muito tempo a ver televisão têm um tempo de concentração menor, porque se muda de cenário muito rapidamente. O mesmo vale para um ecrã de computador, porque a nossa atenção está exposta a “estímulos fragmentados”.
“Há cada vez mais pessoas a perguntarem se o nosso cérebro e a nossa atenção estão a mudar. Eu creio que a civilização da imagem e do audiovisual modificou a maneira como nos apropriamos da informação, e os miúdos também. Nos ecrãs, a leitura é muito mais rápida. Não tem o tempo de ler dos livros, é uma velocidade diferente. E, tal como os polegares que têm nesta geração mais representação, também pode haver mudanças no cérebro”, defende.
Tudo isto pode ter influência na forma como as crianças se portam na escola, como se concentram, ou não, a ler um livro ou a ouvir um professor falar uma hora seguida? “Penso que sim. É preciso criar essa disponibilidade para ouvir, criar hábitos de ouvir, de expor, de contar uma história”, diz o neuropediatra, notando que hoje, com as novas tecnologias, “as pessoas estão impacientes, à espera de uma resposta [que chega à distância de um clique]”.
Augusto Consoli, do Departamento de Patologia das Dependências de Turim, Itália, também concorda que a rapidez com a qual se lêem conteúdos no computador, nos smartphones, e-mails ou redes sociais, interrompendo as leituras e saltando da Wikipédia para o Google e, depois, para o Facebook, é um modo de fruição fragmentada e rápida que, entre outros aspectos, pode representar uma forma de atenção pouco contínua e reflexiva.
“Hora do apagão”
Desligar tudo lá em casa – computadores, telemóveis, televisão – e conversar, é uma das “tarefas terapêuticas” que o psicólogo João Faria, que assistiu ao simpósio, propõe aos pais que têm em casa crianças e adolescentes que não dormem, não comem, faltam ou recusam ir à escola, que nem vão à casa de banho, fazendo as necessidades em frente ao computador, só para jogarem em rede. Diante desta “hora do apagão” não são só as crianças que ficam “aflitas”, os pais também.
Se nos adolescentes o absentismo chega a ser um problema, nas crianças o que acontece é os pais pensarem que estão no quarto a dormir quando, na realidade, estão a jogar: “Como é um jogo mundial, às vezes começam a jogar quando os miúdos nos Estados Unidos chegam a casa. Ficam com os padrões de sono perturbados, o que provoca fraco rendimento escolar”.
E a irritabilidade com que chegam às aulas pode dever-se não só à falta de sono, mas também aos conflitos em casa, porque os pais ralham, desligam as fichas ou proíbem os jogos. A solução está fora do ecrã: “O desporto, a música, a leitura devem ser alimentadas desde logo, até para ajudar a criança a conhecer-se a si própria. Muitos destes jovens dizem que querem ser programadoras de jogos informáticos, porque é o que conhecem. E depois apanham uma desilusão quando vão para os cursos profissionais de informática”, conclui o psicólogo.
Notícia corrigida dia 22/01/2013, às 8h10, corrigidos os cargos dos médicos Carlos Filipe e Pedro Cabral no CADIn.

Creative

Enjoy

Armários criativos


Quem disse que os armários precisam ser todos iguais? Com um pouco de criatividade conseguimos transformar um móvel simples em arte!  

Jackie Evancho - AGT - Sept. 7, 2010: "Pie Jesu"

Jackie Evancho - Nessun Dorma - Superb - HDTV

Jackie Evancho - Bridge Over Troubled Water 2013 - HD

O que não se deve falar para as crianças


Os pais são os exemplos dos filhos e suas atitudes podem ter um impacto positivo ou negativo na formação da personalidade e identidade social da criança. Por isso, de acordo com o pediatra Marcelo Reibscheid, do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo, existem algumas coisas que jamais devem ser ditas às crianças ou faladas na frente delas. Veja quais são:

1 – Não rotule seu filho de pestinha, chato, lerdo ou outro adjetivo agressivo, mesmo que de brincadeira. Isso fará com que ele se torne realmente isso.

2 – Não diga apenas sim. Os nãos e porquês fazem parte da relação de amizade que os pais querem construir com os filhos.

3 – Não pergunte à criança se ela quer fazer uma atividade obrigatória ou ir a um evento indispensável. Diga apenas que agora é a hora de fazer.

4 – Não mande a criança parar de chorar. Se for o caso, pergunte o motivo do choro ou apenas peça que mantenha a calma, ensinando assim a lidar com suas emoções.

5 – Não diga que a injeção não vai doer, porque você sabe que vai doer. A menos que seja gotinha, diga que será rápido ou apenas uma picadinha, mas não engane.

6 – Não diga palavrões. Seu filho vai repetir as palavras de baixo calão que ouvir.

7 – Não ria do erro da criança. Fazer piada com mau comportamento ou erros na troca de letras pode inibir o desenvolvimento saudável.

8 – Não diga mentiras. Todos os comportamentos dos pais são aprendidos pelos filhos e servem de espelho.

9 – Não diga que foi apenas um pesadelo e mande voltar para a cama. As crianças têm dificuldade de separar o mundo real do imaginário. Quando acontecer um sonho ruim, acalme seu filho e leve-o para a cama, fazendo companhia até dormir.

10 – Nunca diga que vai embora se não for obedecido. Ameaças e chantagens nunca são saudáveis.

The Science of Happiness - An Experiment in Gratitude

Feliz

Care

Sapo

De onde vem a inteligência? Capacidade de raciocínio, puzzle complexo que mistura componentes genéticos e ambiente

http://www.invirtus.net/in/story.php?title=de-onde-vem-a-intelig%EAncia-capacidade-de-racioc%EDnio-puzzle-complexo-que-mistura-componentes-gen%E9ticos-e-ambiente


Resolver uma equação. Compor uma sinfonia. Escrever um romance. Ganhar uma partida de xadrez. Inventar a cura para uma doença rara. O que têm todas estas situações em comum? São átomos de uma anatomia complexa: a inteligência. E, contudo, não me lembro da última vez que resolvi uma equação, não me sinto capaz de compor uma sinfonia, não me interesso pelo xadrez, sinto-me ainda longe de escrever um romance e muito mais ainda de encontrar a solução para uma doença rara. Nunca tinha pensado nisto desta forma e começo a ficar inquieto: serei menos inteligente do que pensava? Como podemos aferir a nossa inteligência? 

Para responder a estas questões precisamos dissecar primeiro o conceito: o que significa, afinal, ser inteligente? O neuropsicólogo Nelson S. Lima, director do Instituto da Inteligência em Portugal, define a inteligência como "um conjunto complexo de habilidades mentais diferenciadas que permitem o saber pensar, fazer escolhas, decidir e agir com êxito nos desafios da vida". Ser inteligente, explica ao Expresso, é ter a capacidade de "enfrentar e resolver as exigências e problemas decorrentes da nossa interacção com os outros". Nesse sentido, mais do que falar em inteligência, faz sentido admitir a existência de diversos tipos de inteligência, como a inteligência social ou a inteligência lógico-matemática. 

A associação da inteligência ao funcionamento do cérebro impõe uma outra questão: será a inteligência inata? "A participação dos genes na construção do sistema de nervoso, tal como acontece no resto do organismo, permite concluir que as estruturas cerebrais que estão envolvidas nas actividades do pensamento, da criatividade e da aprendizagem recebem uma forte influência genética", admite Lima. 

Contudo, sozinhos, estes fundamentos biológicos não são suficientes para resolver o puzzle da inteligência. "É a interacção do indivíduo com o meio, de onde recebe uma enorme carga de estímulos, que vai decidir sobre a expansão e a funcionalidade dos recursos mentais que intervêm no exercício da inteligência", revela. Mais do que inata, a inteligência é, por isso, "educável". Desenvolve-se ao longo da vida através de várias actividades que a estimulam. 
O genoma, o ambiente e a comida 


De onde vem a inteligência 
Ilustração Bob Soule/Getty Images 
Ainda que a alquimia da inteligência permaneça em grande parte um mistério, há dois ingredientes que sobressaem: a genética e o ambiente. Primeiro a biologia, depois a cultura ou a educação. "Os reflexos biológicos iniciais ganham um significado na interacção com o outro, sendo esse significado interiorizado e dando origem ao pensamento e à linguagem, duas das formas de expressão da inteligência", explica Leandro S. Almeida, psicólogo e autor de várias publicações e testes psicológicos na área da inteligência, aprendizagem e treino cognitivo. 

"Qual das componentes é mais importante? É uma falsa questão", responde o biólogo da Universidade de Coimbra Hamilton Correia, que se tem dedicado ao estudo da inteligência e da sua importância na salvaguarda da espécie. "Se uniformizarmos os factores ambientais, então o que vai determinar a diferença de inteligência entre as pessoas é sobretudo o genoma. Se uniformizarmos a componente genética, então o que irá distinguir os indivíduos em relação à inteligência serão os factores ambientais". O biólogo dá um exemplo: "Imagine que existiam dez bebés clones, com a mesma constituição genética. A partir deles podemos 'criar' dez indivíduos com uma diferença abismal nos resultados dos testes de QI. Isto porque os factores ambientais variaram significativamente entre eles durante o desenvolvimento." Por exemplo, o tipo de alimentação durante os três primeiro anos de vida é fundamental para o "desenvolvimento da inteligência". 
A importância da mãe 

Muito menos consensual é a teoria do antigo inspector das escolas públicas britânicas Chris Woodhead, que no seu mais recente livro, "The Desolation of Learning" ("A Desolação da Aprendizagem", numa tradução literal), coloca todo o peso da balança da inteligência no comportamento dos genes. Segundo o autor, os rapazes e as raparigas tendem a ser mais inteligentes se forem filhos de professores, advogados ou académicos. Quem foi menos bafejado pela genética será pouco inteligente, mesmo que tenha a melhor educação do mundo. "Porque é que temos a pretensão de pensar que conseguimos tornar uma criança mais inteligente do que aquilo que Deus a fez?", perguntou durante uma entrevista ao diário britânico "The Guardian". 

Ainda que o determinismo da polémica teoria de Woodhead esteja ultrapassado pelo compromisso que existe hoje na comunidade científica entre o papel do inato e do adquirido na inteligência, é inegável a influência da genética no desenvolvimento cognitivo e intelectual. "Parece existir um conjunto de genes directa ou indirectamente relacionados com algumas hormonas que funcionam como factores de crescimento e de desenvolvimento dos neurónios", revela Hamilton Correia. "A actuação destas hormonas, conhecidas como neuroesteróides, sobretudo durante a gestação e nos primeiros anos de vida, irá influenciar em grande medida a capacidade cognitiva dos indivíduos." O biólogo salienta ainda a existência de alguns genes relacionados com os neurotransmissores que influenciam a velocidade de transmissão do impulso nervoso e, consequentemente, "a rapidez de processamento de informação - uma das vertentes da inteligência".

Segundo Correia, a influência da hereditariedade na inteligência faz-se sentir sobretudo pelo lado da mãe. "A maioria dos genes descobertos que quando mutados dão origem a deficiências cognitivas encontram-se no cromossoma X. Por outro lado, existem algumas hormonas (sobretudo androgénios) que estimulam o crescimento e ramificação dos neurónios. Ora, o gene RA (gene do receptor dos androgénios) que se encontra no cromossoma X possui um efeito significativo na velocidade de transmissão neuronal e, portanto, na inteligência. Por esta razão, o sexo feminino é mais importante que o sexo masculino na transmissão da inteligência para a geração seguinte". 

Este facto explica uma realidade que pode parecer surpreendente: segundo um estudo realizado pelo biólogo no Departamento de Antropologia da Universidade de Coimbra, "os homens tendem a casar com alguém mais inteligente que eles, pois terão mais probabilidades de terem filhos inteligentes". Ainda que o façam inconscientemente, a inteligência acaba por ser um importante critério de selecção sexual na espécie humana. 

Hamilton Correia acredita que os avanços no estudo dos genes ligados à inteligência poderão permitir estimular a expressão desses genes e, desse modo, influenciar positivamente o desenvolvimento cognitivo. "Existem algumas biomoléculas que podem potenciar significativamente a inteligência estimulando os factores de crescimento do tecido cerebral. Este fenómeno será tanto mais importante quanto mais precoce for em relação ao desenvolvimento do indivíduo." O investigador está já a estudar os efeitos de algumas dessas moléculas no aumento da inteligência humana, mas ainda não foram revelados os resultados. 
"O QI é um teste de burrice" 

Mas o que faz ao certo uma pessoa mais inteligente que a outra? Como se faz essa avaliação? A ferramenta mais familiar são os testes que medem o quociente de inteligência (QI), mas mesmo estes não são consensuais. Mário Cordeiro, pediatra, pai de cinco filhos, consultor do Conselho Nacional de Educação, e autor de "O Grande Livro do Bebé", "O Livro da Criança" e "O Grande Livro do Adolescente", é feroz na crítica. "O QI é um teste de burrice... de quem o aplica pensando que está a avaliar alguma coisa. O 2+2, sozinho, não serve para nada. Daniel Goleman e António Damásio, entre outros, foram os que mais directamente mostraram a falência desse modelo e dessa forma de pensar." 

Não há uma inteligência racional, sustenta Cordeiro. Há sim "capacidades várias de responder a situações novas, a problemas complexos, a questões nunca antes resolvidas". Uma inteligência com várias facetas ou, então, várias inteligências, diferentes peças nesse puzzle complexo que é a capacidade de resolução de problemas. A alquimia perfeita não inclui apenas a Razão, a informação, o conhecimento ou a lucidez. "É preciso também a Emoção, repleta de sentimentos, circunstâncias e contextos." A evidência, sublinha o pediatra, é óbvia: a maioria das situações que uma pessoa precisa de resolver ao longo da vida são "de natureza social, de cidadania, de respostas afectivas, de estratégias várias". 
"Não há pessoas mais inteligentes" 

Por isso, "não há pessoas mais inteligentes do que outras". Há sim pessoas que, por razões individuais, familiares, sociais ou de privilégios vários, tiveram a hipótese de desenvolver as várias facetas da sua inteligência. "Muitas crianças não têm essa hipótese, por razões familiares, desinteresse dos adultos, escolas abaixo de cão, professores doentiamente desinteressados (a não ser na questão da sua avaliação, o que já consumiu três anos lectivos) e um sistema de ensino caduco e ultrapassado com um ministério napoleónico quase patético." A estes factores acrescem as desigualdades sociais e económicas, "que são das maiores causas dessas diferenças". 

Mais do que uma mera questão de QI, o insucesso escolar, alerta Cordeiro, é sobretudo um sintoma de disfunção na vida da criança, que pode começar logo na gestação. "Há factores, um dos quais a ingestão de álcool durante a gravidez, que podem causar dificuldades escolares". Outras causas, acrescenta o pediatra, incluem dormir mal, ter um ambiente desestabilizador em casa, ser pobre, ter frio, fome ou viver sem espaço vital habitacional. 

"O que interessa é que todos temos talentos, capacidades, mais-valias, e que não é o QI que as mede, mas a assertividade, a resiliência, a força do querer, a vontade do aperfeiçoamento, a humildade de saber que não se sabe tudo mas que se pode saber um pouco mais, abrindo a porta também a mais ignorância que estimulará novas abordagens e pesquisas." 

O neuropsicólogo Nelson Lima concorda. "Aquilo que faz uma criança revelar-se mais inteligente do que outra deve-se mais ao aproveitamento que saiba fazer dos seus recursos (capacidade de aprender, de motivar-se e de agir no e sobre o mundo) do que a mera exibição de raciocínios brilhantes." 
Imagem microscópia de neurórios: 
Colin Anderson/ Getty Images

Lobo