CONSULTORA DE RH – CAPITAL HUMANO

FORMADORA DE COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

BUSINESS E LIFE COACH

“Ajudo as pessoas a colorir pensamentos”

Identifico-me como uma pessoa dinâmica, criativa, fascinada pelo comportamento humano, apaixonada pela vida, pela procura da felicidade, bem-estar e realização pessoal e profissional.

Com uma visão aberta e criativa identifico, avalio e desenvolvo o talento e as competências individuais, de equipa e das organizações, para que se tornem mais conscientes,eficientes e felizes, atingindo os resultados desejados e realizando-se plenamente na vida pessoal e profissional.

O meu propósito é facilitar mudanças positivas e duradouras.

‎"Se um dia tiver que escolher entre o Mundo e o Amor, lembre-se: Se escolher o Mundo ficará sem Amor, mas se você escolher o Amor, com ele conquistará o Mundo" - Albert Einstein

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Para ti campeão -- livro

Para ti, Campeão, uma carta de amor!
Ana Maltez

Sonho contigo várias vezes.
Desde que partiste, vivo desses pequenos mimos. Dos beijos intensos. Dos abraços reconfortantes. Das palavras doces que arrepiam.
Fico sempre arrepiada quando sonho contigo, quando me abraças.
Peço para que o sonho não termine. Quero ficar mais tempo contigo. Quero beijar-te mais, abraçar-te mais, ouvir-te mais.
Peço para que aquele momento se repita todas as noites. Todas as noites me deito a pensar se te vou ver novamente, se vou estar contigo novamente.
Eu sei que não é tudo como eu quero. Sei disso. Mas acho que não é pedir muito. Pois não?
Desde que partiste, vivo de devaneios. Penso em ti acordada. Lembro-te a cada respiração. Recordo o teu sorriso meigo a cada passo que dou.
Se dói? Claro que dói! Achavas que era fácil recordar-te assim sem que doesse?
Estávamos sempre juntos. Vivíamos um para o outro e um do outro. E, de repente, Deus acha que precisa mais de ti do que eu!
Já tive várias conversas com Ele entretanto. Perguntei-Lhe porquê? As respostas não foram lá muito convincentes.
Eu até percebo que estás num sítio melhor, com mais luz, com mais brilho, como tu mereces. Mas e eu? E eu que fico aqui sem ti?
Vá, não te rias assim de mim. Tens uma gargalhada absolutamente maravilhosa, mas não te rias assim de mim. É verdade o que digo. Já pensaste se fosse ao contrário? Se ficasses sem mim de repente?
Sim, eu sei que me foste dando avisos. Eu sei que nos últimos dias me apertavas a mão com mais força. Sei que com isso querias dizer que o fim estava muito próximo. Eu sei.
Mas não me peças para não chorar. Porque, por mais forte que tente ser, há coisas que não consigo controlar.
Não me peças para esquecer o teu coração de ouro, o teu olhar tranquilo. Não me peças para esquecer as tuas caretas. Isso não!
Porque são todas estas recordações que me fazem levantar todos os dias da cama.
Às vezes – tantas vezes! - como deves imaginar, parece que nada faz sentido, parece que o mundo está de pernas para o ar. Às vezes – tantas vezes! – pergunto-me se não estará mesmo. Quem me dera poder estalar os dedos para que tudo voltasse a ser como dantes. Tu e eu. Porque o “antes” era muito mais simples e feliz.
Às vezes – tantas vezes, meu amor! - sinto-me apenas um corpo pesado. Muito pesado!
Tento agarrar-me à serenidade que me ofereceste em caixinhas e barquinhos de papel ao longo dos anos. Tento agarrar-me à doçura das fotografias. Tento colar-me às brincadeiras e às piadas soltas que fazíamos. Mas não chega. Porque parece que agora nada chega. Nada é suficiente sem ti. Nada está bem. Sem ti.
Sem ti, as horas pesam mais. Sem o teu ar e alma de príncipe encantado, tudo pesa mais.
Por mais que tente arranjar mil e duas maneiras de tornar as coisas mais leves. Por mais que tente encontrar uma Ana mais leve. Tudo me pesa mais. Sem ti.
Sem ti, não há barquinhos de papel. Não há flores bonitas. Não há postais de amor.
Sem ti, não há passeios doces. Não há mergulhos de golfinho no mar.
Sem ti, não há despertares maravilhosos nem noites pacíficas. Não há.
Sim, eu sei que “a vida continua”. Não imaginas a quantidade de vezes que já ouvi isto. As pessoas sabem lá o que me vai na alma! “A vida continua”...Que ridículo! Claro que a vida continua!
Mas como ainda não inventaram um botão para desligarmos o coração sempre que nos apetece, a vida não continua da mesma maneira. E isto é difícil de explicar, sabes?
É difícil explicar o vazio que sinto.
É difícil explicar a dor intensa no peito.
É difícil explicar o cansaço.
É difícil explicar a angústia de levar os dias sozinha, sem ti.
Tudo é difícil. Sem ti.
Nem mil cartas de amor chegariam para te falar da marca que deixaste na minha vida.
Nem mil cartas de amor teriam a ousadia de conseguir contar o que vivemos. De tão bonito que foi, ainda permanece vivo e permanecerá sempre. Disso não tenho dúvidas. É, aliás, das poucas certezas que guardo.
Por isso, peço-te: não deixes de aparecer nos meus sonhos, não deixes de cruzar o meu dia-a-dia. Seja com uma música que toca no rádio do carro, seja com pequenos gestos tão teus!
Quero sonhar contigo mais vezes. Tu estás em tudo o que faço e em tudo o que penso. Mas quando “apareces”, fico com mais força para enfrentar a dor que me rasga o coração.
Quero sonhar contigo mais vezes, campeão!
Agora tens de ser tu a limpar-me as lágrimas.
Agora tens de ser tu a agarrar-me a mão e a fazer-me sorrir.
Vá! Agarra-me a mão e caminha comigo. Lado a lado. Como sempre fizemos. Caminha comigo, por favor. Não me deixes sozinha por um segundo que seja, campeão!

in Antologia de Poesia Contemporânea "Entre o Sono e o Sonho", Volume III, Chiado Editora


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