CONSULTORA DE RH – CAPITAL HUMANO

FORMADORA DE COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

BUSINESS E LIFE COACH

“Ajudo as pessoas a colorir pensamentos”

Identifico-me como uma pessoa dinâmica, criativa, fascinada pelo comportamento humano, apaixonada pela vida, pela procura da felicidade, bem-estar e realização pessoal e profissional.

Com uma visão aberta e criativa identifico, avalio e desenvolvo o talento e as competências individuais, de equipa e das organizações, para que se tornem mais conscientes,eficientes e felizes, atingindo os resultados desejados e realizando-se plenamente na vida pessoal e profissional.

O meu propósito é facilitar mudanças positivas e duradouras.

‎"Se um dia tiver que escolher entre o Mundo e o Amor, lembre-se: Se escolher o Mundo ficará sem Amor, mas se você escolher o Amor, com ele conquistará o Mundo" - Albert Einstein

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

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A FELICIDADE É POSSÍVEL MAS É OPCIONAL

Já alguma vez se perguntou, “Porque é que a vida parece ser tão difícil?” Eu penso nisso muitas vezes. Comparada com os vastos seis biliões de pessoas no planeta, provavelmente a minha vida até tem sido fácil. Bons pais, abrigo e boa comida, nenhuma doença problemática até à data, trabalho e realização pessoal, bons amigos. Ainda assim, quase todos os dias a minha mente gera alguns pensamentos subtis e outros não-tão-subtis de sofrimento emocional.
O sofrimento emocional expressa-se das mais variadas formas e feitios. Você pode preocupar-se com o futuro, ficar zangado ou triste, sentir-se culpado ou envergonhado, ficar chateado por estar com dores, ou simplesmente sentir-se aborrecido ou stressado. Por vezes este sofrimento é bastante subtil, “Não me sinto bem”, “Estou sem sorte.” Outras vezes somos apanhados nas malhas da ansiedadedepressão, vício, dor, sintomas relacionados com o stress, que é praticamente impossível funcionarmos e levarmos a nossa vida para a frente. A grande maioria do tempo, para alguns de nós, ser-se humano não é fácil.
Talvez o problema se prenda com o facto de não termos evoluído para sermos felizes. A selecção natural, o processo natural que conduz a evolução, favorece a adaptação que permite reproduzirmo-nos com sucesso. Isto significa sobreviver o tempo suficiente para encontrar parceiro e apoiar a sobrevivência dos nossos filhos. O processo evolutivo não se “preocupa” particularmente com o facto de gostarmos ou não da nossa vida, a não ser que isso aumente as nossas hipóteses de sobrevivência ou “acasalamento”.  Também não se “preocupa” com aquilo que nos possa acontecer depois de terminado o nosso período fértil.

HIPERSENSIBILIDADE ÀS EMOÇÕES NEGATIVAS

Mas nós preocupamo-nos. Enquanto a maioria de nós pensa que a sobrevivência da humanidade é uma boa ideia, também gostamos de conseguir apreciar a vida enquanto estamos por cá. Não me parece ser, pedir muito. No entanto, nós debatemo-nos com isso. Como psicólogo, tenho a oportunidade de “aceder” à vida de muitas pessoas, e a quase totalidade delas acham que a vida é difícil. Claro que os meus clientes estão numa situação diferente da pessoa dita comum. No fundo, não são apenas as pessoas com problemas que procuram um psicólogo? Ainda que exista uma dose de verdade nisso, eu suspeito que a maioria deles, não estão mais angustiados que os outros que não andam em terapia. Eles estão apenas mais motivados para fazerem alguma coisa para resolver o seu problema. Aquilo que vos transmito é, que as pessoas que supostamente não têm nenhum problema que para eles justifique a ajuda de um psicólogo, também a sua vida provavelmente é emocionalmente angustiante.
O que é que se passa connosco? A vida em si parece ser tão extraordinária.  A vida natural, e a cultura humana é fascinantemente complexa e interessante, e de um ponto de vista histórico praticamente todas as pessoas nos países desenvolvidos vivem vidas privilegiadas de abundância e riqueza. Afortunadamente, muitos de nós nunca vivemos nenhum acontecimento trágico, como vemos por vezes nas notícias, como ser atacado por um exército hostil, perder a família num desastre natural, ou ficar com incapacidades várias após um acidente. Estas pessoas, evidentemente que têm toda a legitimidade para se sentirem mal, angustiadas, tristes, desesperadas e desesperançadas, ainda assim, muitas são as que conseguem retomar pouco a pouco a “normalidade das suas vidas”, outras existirão que lhes é muito difícil e necessitam de ajuda. Existem situações que nada pode reparar o “mal” que lhes sucedeu. Só a aceitação e o voltar a ver significado na vida lhes pode restituir a alegria de viver. Para aprofundar este assunto, pondere ler:Combater a sensação de incapacidade e desesperança.
E a todos aqueles que nada disto lhes aconteceu? Digo-vos que a grande maioria de nós, ainda assim, vivemos um surpreendente mal-estar e quantidade enormes de stress e dor emocional.Teremos na actualidade atingindo uma data histórica na evolução humana para sermos infelizes? Do meu ponto de vista , acho que temos vindo a ficar cada vez mais hipersensíveis às emoções negativas à medida que as condições de vida melhoram. Repugnamos os sentimentos negativos e fugimos deles como o diabo da cruz. Certamente não sonhamos, nem desejamos sentir pensamentos negativos, nem tão pouco projetamos isso como um objetivo. Ainda assim, esses sentimentos negativos pertencem-nos enquanto seres humanos, os quais, ao longo da nossa evolução têm-nos sido úteis e, acima de tudo necessitamos deles.

AS EMOÇÕES SÃO FONTES DE INFORMAÇÃO

Enquanto seres humanos percebemos algumas das coisas da vida por contraste, por antípodas, por opostos, por exemplo não saberíamos o que é o frio se não soubéssemos o que é o calor. Precisamos de ter um termo de comparação que nos sirva de orientação. Os sentimentos e as emoções têm exatamente essa função, servem-nos como uma orientação, transmitem-nos informação acerca daquilo que gostamos e daquilo que detestamos, daquilo que é bom para nós ou que não nos é útil. E sabemos isso porque sentimos diferentes emoções e sentimentos que conseguimos distinguir pelo grau de desconforto/insatisfação ou pelo grau de contentamento/satisfação que experienciamos.
Estaremos a evoluir para a infelicidade? De certa forma, sim. O que conta na selecção natural é a sobrevivência da espécie, tal como nos relata, Richard Dawkins no seu livro: O Gene Egoísta. Onde o autor tenta explicar o “problema profundo de nossa existência” e coloca-nos como sendo apenas máquinas de sobrevivência para os nossos genes. Não querendo adoptar nenhuma perspetiva radicalista, não posso deixar de levar em consideração determinados instintos e habilidades intelectuais que ajudaram a nossa espécie a prosperar ao longo dos últimos milhares de anos, criando algumas consequências negativas, para nós enquanto indivíduos.

CÉREBROS MAIORES MAIS IDEIAS PARA GERIR

VEJAMOS UM EXEMPLO RETRATANDO O PASSANDO:

O António e a Maria eram dois Homo sapiens que viviam nas planícies de África à 40.000 anos. Eles evoluíram do seu ancestral Homo herectus, desenvolvendo um cérebro maior. O casal usava o seu cérebro aumentado para fazer todo o tipo de coisas maravilhosas que os ajudaram a sobreviver: Pensar de forma abstrata, fazer planos para o futuro, encontrar novas soluções para os problemas e fazer trocas com os seus vizinhos. Eles eram ainda capazes de fazer pinturas nas suas cavernas e adornos, como colares e pulseiras de pequenas pedras. Mas, nem tudo corria bem na savana, os seus cérebros também lhes causaram problemas.  Eles preocupavam-se com os rinocerontes e leões, tinham inveja das cavernas maiores dos seus vizinhos e argumentavam sobre quem iria procurar água nos dias de extremo calor. Quando estava frio e chovia, ambos ficavam irritados, relembrando-se o quão melhor era quando estava calor.
Eles repararam em algumas alterações ao seu redor, sentiram dificuldades quando não existiam frutos suficientes nas árvores, raízes para comer ou larvas de insectos (um petisco muito apreciado na época) para petiscar. Quando os seus vizinhos ficavam doentes ou morriam eles ficavam angustiados, como medo que isso pudesse acontecer-lhe também. Por vezes a Maria ficava zangada quando o António olhava para outras mulheres. Depois ela não fazia sexo, o que aborrecia muito o António. Mesmo quando algumas coisas iam bem, eles ficavam preocupados com algumas coisas do passado e sobre o que podia correr mal no futuro. A Maria e o António estavam a conseguir sobreviver e o seu filho tinha também boas hipóteses de o conseguir, ainda assim muita coisa continuava a passar-lhes na mente.
Aparentemente, as coisas não mudaram nos últimos 40.000 anos. Os nossos cérebros, maravilhosos como são, continuam a dar-nos problemas. Afortunadamente, todavia, algumas das mesmas habilidades que ajudaram os nossos antepassados a sobreviver, permitiu-nos também desenvolver práticas eficazes para lidar com as problemáticas do nosso cérebro e aumentar as nossa chances para a felicidade. Felizmente estas técnicas percorreram um longo caminho desde os tempos da Maria e do António.

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