Carta enviada:
“No actual contexto sócio-económico, as empresas estão confrontadas com desafios que se prendem com a sustentabilidade dos negócios, a manutenção dos postos de trabalho e a consecução de objectivos cada vez mais difíceis e exigentes.
Por outro lado, o clima de crise e de imprevisibilidade em que vivemos, gera stress, insegurança e ansiedade nos trabalhadores.
Fruto desta realidade, o stress e burnout entre os trabalhadores tem aumentado, reduzindo o seu desempenho e afectando a competitividade das empresas.
De acordo com o Labour Force Survey de 2007, 40% dos trabalhadores da Europa a 27, ou seja, 80 milhões de trabalhadores, referem ter estado expostos a situações laborais que podem afectar negativamente a sua saúde física. Destes 80 milhões, 62% refere ter estado de baixa por razões de saúde e 27% referiu ter estado de baixa pelo menos um mês.
Segundo o mesmo Survey, 27% dos trabalhadores da Europa a 27, isto é 56 milhões de pessoas, estiveram sujeitas a factores que podem prejudicar o seu bem-estar psicológico. Stress, depressão e ansiedade são as queixas referidas por 12,45% dos homens e 15,55% das mulheres.
Um estudo da Aliança Europeia contra a Depressão, feito em 2012, revela que os custos da depressão atingem os 92 mil milhões de euros na União Europeia. Estes custos estão relacionados com absentismo, baixas de produtividade, baixas médicas, tempo de trabalho perdido, entre outros. De acordo com este estudo, os dias de trabalho que estes trabalhadores tiveram que tirar e que a doença os impediu de trabalhar é em média de 35,9 dias.
Em Portugal, o absentismo e a incapacidade prolongada devido ao stress relacionado com o trabalho e a problemas de saúde mental, tem vindo a agravar-se.
As consequências de uma má saúde mental criam, para além do absentismo, inúmeros efeitos negativos para as empresas, tais como, níveis de desempenho e produtividade reduzidos, pouca motivação e elevada rotatividade dos trabalhadores.
Perante estes factos, torna-se imperativo que as empresas invistam cada vez mais na saúde mental dos seus colaboradores, através da contratação de Psicólogos com competências para enfrentarem estas situações.
Em termos funcionais, o Psicólogo que trabalha num contexto organizacional, realiza:
- O acompanhamento de colaboradores em processos individuais ou em grupo (stress organizacional, gestão de trabalho, comunicação, liderança);
- Processos de avaliação de desempenho, acolhimento e integração dos colaboradores e levantamento de necessidades de formação;
- Gerir processos de mudança, analisar políticas remuneratórias e de progressão na carreira, desenvolver acções de formação internas, liderar processos de selecção e recrutamento de pessoal e de processos de comunicação organizacional.
Em todo o mundo, os resultados da intervenção dos Psicólogos nas empresas é reconhecido e está amplamente divulgado; todavia, esta é uma realidade que ainda não chegou a Portugal. De acordo com um inquérito Europeu a empresas sobre os Riscos Novos e Emergentes (ESENER, 2012) realizado pela Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, 79% dos gestores europeus estão preocupados com o stress no trabalho, enquanto em Portugal, cerca de 85% dos gestores considera o stress um tema importante. Porém, apenas 13% das empresas nacionais inquiridas, declararam ter procedimentos para lidar com o stress e só 12,6% dessas organizações declararam dispor de acompanhamento psicológico.
Na generalidade das empresas portuguesas, uma intervenção de um Psicólogo organizacional pode:
- Melhorar a relação colaborador-empresa;
- Aumentar a satisfação dos colaboradores;
- Promover o desenvolvimento, a motivação e a melhoria do desempenho dos colaboradores;
- Promover o sentimento de inclusão e de realização de um trabalho com sentido;
- Dinamizar equipas a gerir conflitos;
- Reduzir os períodos de baixas e atestados;
- Diminuir o stress;
- Diminuir o número de casos de pouca adesão ao trabalho proposto;
- Melhorar e aumentar os processos de produtividade e de melhoria contínua.
Paralelamente, um Psicólogo organizacional tem as valências necessárias para criar ambientes criativos na resolução de problemas, extinguir comportamentos que se tornaram maus hábitos nas empresas, desenvolver actividades que supram as necessidades das organizações e as tornem competitivas no actual mercado globalizado de trabalho.
Estas são apenas algumas das áreas em que o Psicólogo pode intervir numa organização/empresa.
Se a sua empresa possui profissionais nesta área, verifique se os mesmos têm a sua situação legal regularizada, sendo possuidores de uma cédula profissional da Ordem dos Psicólogos Portugueses. Se ainda não tem, a OPP sugere que invista em Psicólogos na sua e
mpresa. A mais-valia é garantida".
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