porque é que o sol e a lua nunca se encontram?
É uma longa história...
há muito tempo atrás, estava o sol a banhar-se no mar quando, de repente, vê um vulto branco, envolto numa luz de brilho ténue. Quanto mais o sol tentava olhar para aquela imagem mais vontade tinha de se aproximar para perceber quem era. Quando finalmente alcançou aquela que viria a ser a sua amada, perguntou:
- quem és tu, esfera branca de olhar tão meigo?
Sou a Lua, respondeu.
Ah, já tinha ouvido falar em ti... parece que raramente nos cruzamos. Costumas andar por estas bandas?
Sim, ando sempre por aqui, e tu? Vejo-te muitas vezes ao longe e confesso que...
neste momento, a Lua afasta-se e parece magoada. Um raio de sol magoado o seu corpo redondo, o que a fez fugir do Sol.
Este, intrigado, fica impaciente e preocupado com a sua mais recente conhecida. Sente que este encontro foi muito forte e receia não voltar a vê-la.
Acontece que no dia seguinte, um pouco mais tarde do que o habitual, o Sol olha de novo, durante o seu banho de mar e, ali está ela! Linda como no dia anterior ou até mais bela ainda. Com o coração palpitante, olha atentamente e acena-lhe, como quem quer puxar conversa. A Lua sorri-lhe e mostra-lhe o seu curativo, começando a afastar-se lentamente.
Lua! Lua! Não te vás embora, quero falar contigo. Não poderemos ser amigos?
Oh, sim, caro Sol, mas ontem percebi o porquê de sempre me terem prevenido que a tua companhia poderia ser perigosa... desculpa, não queria ofender-te mas, és demasiado quente para mim... oh, desculpa-me!
Não peças desculpa. Eu sei que é verdade. Eu é que não devia ter-me aproximado de ti... sabes, tenho vivido aqui sozinho desde que me separei da minha família. Todos eles ficaram lá longe e eu vim parar aqui, demasiado perto da terra, onde todos me adoram mas ninguém me alcança. Dizem até que começo a ficar perigoso para eles...
oh, pobre Sol. Como é que isso foi acontecer?
Foi uma grande explosão, é tudo o que sei. As minhas irmãs estão em toda a parte mas eu raramente as vejo porque a minha luz não mo permite. Onde eu estiver elas estarão escondidas. Mas sei que me encontraram, apenas não podem vir buscar-me porque sou imprescindível na Terra. Sem mim, todos morreriam. E eu, apesar de aqui tão só, sinto-me um pouco como pai dos terrestres, da sua Natureza.
Oh, Sol, és tão belo no teu coração! Como eu gostaria de ser assim importante na vida de alguém...
Talvez já o sejas mesmo sem saber... - o sol corou e desapareceu no horizonte.
Durante vários dias se encontraram e o Sol sempre a pensar na sua amada Lua e na fragilidade dela. Sabia que apenas se poderiam encontrar ao longe e em hora incerta, porque aquela menina era imprevisível! Como não tinha a importância do Sol, podia passar o tempo sem fazer nada, rebolando pelo ar.
De vez em quando lá tentavam aproximar-se mais um bocadito mas, resultava sempre em sofrimento para a Lua. Tinham que amar-se à distância.
Um dia, depois de perceber que a Terra girava em torno de si e que do lado oposto era sempre noite, o Sol teve uma ideia...
Sabes, estive a pensar em ti, em nós. Começo a ficar preocupado com essa tua vida de procura de algo que te faça sentir verdadeiramente feliz. Além disso, nunca sei quando volto a ver-te, a que horas apareces e de onde virás. Fico um pouco confuso.
Diz Sol quentinho do meu coração, o que pensaste tu?
Bom, eu pensei que lá na Terra, segundo me disseram, todos ficam tristes quando eu desapareço e acontece algo a que chamam noite... dizem que tudo fica escuro, sem brilho. Pensei que talvez pudesses... - o Sol faz uma pausa e começa a corar, devagarinho.
Diz, diz! Não vês que vais começar a desaparecer?
Bom, porque é que tu não te pões no lado oposto da Terra e te deixas iluminar pelo meu amor, brilhando nas noites dos que lá vivem?
O Sol põe-se sobre o mar, corado como sempre em dias de Verão, sem obter resposta da sua amada.
A Lua, por sua vez, ficou saltitante de alegria com o gesto do seu amado, entusiasmada com a possibilidade de fazer parte da vida de alguém. No entanto, enquanto saltitava, percebeu que esse era o tipo de coisas que teria que deixar de fazer, já que ao ter um lugar na vida dos outros, teria que permanecer quieta, no mesmo sítio...
eu, sempre parada no mesmo sítio? E as minhas voltinhas sem rumo? O que vai ser de mim? Tenho que dizer ao Sol que talvez me vá embora. Preciso de liberdade.
No encontro seguinte, a Lua estava decidida a despedir-se do Sol e, cheia de coragem, aproximou-se dele para o abraçar uma última vez. BLOOOM!!!....
o calor do Sol voltou a feri-la e ela afastou-se rapidamente, com mais uma ferida visível. Mais uma cicatriz. O Sol ficou sem saber o que fazer e ao mesmo tempo pensativo, pois seria aquela a sua forma de dizer sim??
oh, meu querido, como eu gostava de estar perto de ti! Lamento, mas não poderei voltar aqui. Desculpa se te desiludi. Este era o meu abraço de despedida.
Mas....
a Lua afastou-se sem que o Sol tivesse tempo de perguntar fosse o que fosse.
O Sol ficou desesperado. Sofreu dias e dias, sonhando com noites brilhantes iluminadas pela sua amada.
Por sua vez, a Lua começou por sentir a sua liberdade como um prazer para, algum tempo depois achar que estava presa a uma saudade infinita. Infinito era também o seu amor. De que lhe servia a liberdade se não era importante na vida de ninguém? Para onde iria ela? Rapidamente descobriu que o seu lugar era perto do Sol, ainda que com a Terra entre os dois. Sem avisar, apareceu na noite, colocando-se o mais perto possível da luz e do calor do seu amado...
o Sol apercebeu-se disso e ficou verdadeiramente feliz, redondo de alegria! Aqueceu o mais que pôde a Terra onde era dia e isso notou-se onde era noite. A Lua estava finalmente a iluminar a escuridão e toda a terra aplaudiu de alegria.
O Sol e a Lua nunca mais se encontraram mas ambos sabiam que o seu amor era infinito.
Com os raios do Sol distantes, a Lua emanava uma luz que parecia ser sua. Com a alegria, o Sol aquecia a Terra e iluminava os dias.
se encontraram
pela primeira vez
eles apaixonaram-se perdidamente
e a partir dai
comecaram a viver um grande amor.
Acontece que o mundo ainda nao existia
e no dia em que Deus resolveu cria-lo
deu ao Sol e a Lua o toque final: O BRILHO!
Ficou tambem decidido
que o Sol iluminaria o dia
e que a Lua iluminaria a noite.
Sendo assim, o Sol e a Lua
seriam obrigados a viverem
separados para sempre.
Abateu-se sobre eles
uma grande tristeza
quando tomaram conhecimento
de que nunca mais se encontrariam.
mesmo com o brilho que Deus lhe havia dado
tornando-se cada vez mais solitária.
O Sol, por sua vez havia ganho um titulo
de nobreza, o de "Astro-Rei", mas isso
tambem nao o fez feliz.
Deus entao chamou-os e explicou-lhes:
"Voces nao devem ficar tristes, porque agora
ambos possuem um brilho proprio".
"Tu Lua, iluminaras as noites frias e quentes
encantaras os namorados, e seras diversas vezes
motivo de poesias".
"Quanto a ti Sol, sustentaras o titulo de "Astro-Rei"
porque seras o mais importante dos astros
iluminando a terra durante o dia e fornecendo calor
para o ser humano. E a tua simples presenca
fara com que as pessoas sejam mais felizes".
A Lua entristeceu-se muito com o seu terrivel destino
e chorou dias a fio... Ja o Sol ao ve-la sofrer tanto
decidiu que nao poderia deixar-se abater, pois teria
que dar forcas a Lua, e ajuda-la a aceitar o que havia
sido decidido por Deus.
No entanto a preocupacao do Sol era tao grande
que este resolveu fazer um pedido a Deus.
"Senhor, ajude a Lua por favor. Ela e mais fragil do
que eu e nao suportara a solidao ...".
E Deus na sua imensa bondade
resolveu criar as estrelas para fazerem
companhia a Lua.
A Lua sempre que esta muito triste
recorre as estrelas que tudo fazem
para a consolar, mas quase nunca conseguem ...
Hoje Sol e Lua vivem assim ... SEPARADOS.
O Sol finge que e feliz...
A Lua nao consegue esconder a sua tristeza ...
O Sol ainda arde de paixao pela Lua ...
A Lua ainda vive na escuridao da saudade ...
Dizem que a ordem de Deus era que a Lua
deveria ser sempre cheia e luminosa ...
Mas ela nao consegue isso ... Porque ela e
mulher, e uma mulher tem fases ...
Quando feliz consegue ser cheia ...
Mas quando infeliz e minguante e quanto e minguante
nem sequer e possivel ver o seu brilho.
Sol e Lua seguem o seu destino ...
Ele solitario mas forte ...
Ela fraca acompanhada pelas estrelas ...
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