Paixão e Interactividade
http://www.simpoformacao.com/
No decorrer da sua função, o formador depara-se com inúmeros desafios a superar para alcançar os objectivos da acção de formação. Na realidade, este processo não se limita ao alcance dos objectivos específicos do formador como indivíduo através da sua realização pessoal e como profissional associados ao conteúdo programático da acção de formação, mas também engloba o cumprimento dos objectivos da organização cliente, da organização empregadora, e dos formandos como elementos integrantes de uma equipa, departamento, bem como, indivíduos com funções, interesses e necessidades distintas.
Como técnico da formação, o formador pode desenvolver competências pessoais ao nível do levantamento e análise de necessidades, do planeamento, e do acompanhamento e avaliação da formação e da aprendizagem. Todavia, esta apresentação tem ênfase na gestão da relação e dos métodos e técnicas pedagógicas, tendo em conta 10 anos de experiência como formadora da área comportamental.
O formador é um facilitador no desenvolvimento de competências cognitivas, técnicas e comportamentais, bem como, emocionais e éticas dos formandos e de si próprio. De acordo como Modelo P.I. proposto, enunciamos dois focos essenciais a desenvolver pelo formador neste sentido: a “Paixão e a Interactividade”.
A Paixão engloba toda a energia e dedicação existente no discurso do formador e pode ser desenvolvida através da linguagem verbal e não-verbal, isto é, da expressão gestual e facial (O’Rourke, 2008; Pease & Pease, 2005), da paralinguística, do estilo comunicacional (Fachada, 1991), do confronto do olhar (Sansavini, 2008), da gestão do espaço e do controlo dos tiques físicos (Silva, 2005), do controlo dos tiques verbais, da gestão emocional (Goleman, 1996; Maturana, 1999; Camargo 2006), da capacidade de criar um clima de bem-estar (Vangundy, 1987; Rodrigues & Silva, 1998), empatia, respeito e humor (Dubberley, 1995), da capacidade de auto e hetero motivação e confiança (Martin & Briggs, 1986; Espinosa, 2003), e da capacidade escutar activamente (Murphy, 1987) e dar feedback.
A Interactividade conduz ao envolvimento dos formandos na acção de formação, isto é, à capacidade de fazer o formando participar activamente (Amado, 2001), através da criatividade (Amabile, 1999; Buzan, 2003; Bono, 2005) e dos métodos e técnicas pedagógicas (Trindade, 2007; Forsyth, 2010; Norbeck, 1984) adequadas para potenciarem: 1) o estado flow (Csikszentmihalyi, 1992) - associado ao prazer e uma intensa concentração com as actividades propostas (Amabile, 1999), capaz de levar à perca da noção do tempo, da consciência de si, e ao foco pleno no acto criativo; 2) o prazer de brincar com as ideias (Kneller, 1978); 3) a sensibilidade infantil (Gardner, 1999; Dolan, 2006); 4) os insights Vicente (2001); 5) e a partilha de emoções, experiencias e conhecimentos através de jogos pedagógicos (Bancaleiro, 2003; Stuart, 2000; Riscarroli & Rodrigues, 2001), debates, brainstormings, roleplays, entre outras técnicas.
REFERÊNCIAS
1. Pease, A., Pease, B., (2005), Linguagem corporal. Porque é que os homens coçam as orelhas e as mulheres mexem na aliança. Lisboa: Bizancio.
2. Fachada, M.ª Odete, (1991), Psicologia Relações Interpessoais. Lisboa: Ed. Rumo,
3. Cardim, J. (2009). Gestão da formação nas organizações. Lisboa: Lidel.
4. Stuart, R., (2000), Jogos Para Formadores – Desenvolvimento de Equipas. Monitor.
5. Ferreira, P., (2007), Guia do animador na formação de adultos. Editorial Presença.
6. Bancaleiro, J., (2003), Estórias vividas. 12 Casos de Gestão de Recursos Humanos. RH Editora.
7. Forsyth, P., (2010), Como melhorar as capacidades de treino e formação. Criando sucesso.
8. Sansavini, C., (2008), Saber falar em público. Editorial Presença.
9. Bono, E., (2005), Os Seis Chapéus do Pensamento. Pergaminho.
10. Buzan, T., (2003), O poder da inteligência criativa. Oficina do livro.
11. Goleman, D., (1996), Inteligência Emocional. Sociedade Industrial Gráfica, Lda.
12. Alencar, C., GENTILI, P., (2001), Educar na esperança em tempos de desencanto. Petrópolis: Vozes.
13. O’Rourke, J. (2008), O Segredo das apresentações de Sucesso. Centro Atlântico.
14. Maturana, H., (1999), Emoções e Linguagem na Educação e na Política. Belo Horizonte: UFMG.
15. Gardner, H., (1995), Inteligências múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Artes Médicas.
16. Amabile, T. M., (1999), Como não matar a criatividade. HSM Management.
17. Pereira, B., Mussi, C., Knabben, A. (1999), Se sua empresa tiver um diferencial competitivo, então comece a recriá-lo: a influência da criatividade para o sucesso estratégico organizacional. In: XXII ENANPAD, 22º, Anais. Foz do Iguaçu. ANPAD, 1999.
18. Silva, A., (2005), Sentimentos e emoções: um estudo com professores e alunos de medicina veterinária. Tese Doutoramento – PUC, São Paulo.
19. Csikszentmihalyi, M., (1992), A psicologia da felicidade. Rio de Janeiro: Saraiva.
20. Camargo, D., (2006), Emoção, primeira forma de comunicação. Curitiba: Travessa dos Editores.
21. Vangundy, A., (1987), Organization creativity and innovation. Buffalo: Bearly.
22. Rodrigues, L.; Silva, R., (1998), Mas afinal, como influenciar a criatividade nas organizações? Caderno de Pesquisa em Administração, São Paulo, v.1, n.7, 2 º trim.
23. Dubberley, W., (1995). El sentido del humor como resistência. Barcelona: Paidós e MEC, pp. 91‑112.
24. Martin, B., Briggs, L., (1986). The affective and cognitive domains: integration for instruction and research. New Jersey: Educational Techologies Publications.
25. Espinosa, G., (2003). L’Affectivité à l’École. Paris: PUF.
26. Murphy, K., (1987), Effective Listening: Hearing What People Say and Making It Work for You. New York: Bantam Books
27. Trindade, V., (2007). Práticas de Formação. Métodos e Técnicas de Observação, Orientação e Avaliação (em Supervisão). Lisboa: Universidade Aberta.
28. Forsyth, P., (2010), Como Melhorar as Capacidades de Treino e Formação. Criando o Sucesso. 29. Amabile, T., (1999), Como não matar a criatividade. HSM Management. v. 12, jan.-fev.
30. Kneller, G., (1978), Arte e ciência da criatividade. Tradução: De J. Reis. 5. ed. São Paulo:IBRASA.
31. Dolan, S. (2006), Gestão por valores. Qualitymark
32. Gardner, H., (1995), Inteligências múltiplas: a teoria na prática. Tradução: Maria Adriana Veronese. Porto Alegre: Artes Médicas.
33. Riscarroli, V.; Rodrigues, L., (2001), O valor pedagógico de jogos de empresas. In: Encontro Nacional dos Cursos de Graduação em Administração. São Paulo: ANGRAD, p. 43-59.
34. VICENTE, P., (2001), Jogos de empresas: a fronteira do conhecimento em administração de negócios. São Paulo: Makron.
35. NORBECK, J., (1984), O educando adulto. Braga: Universidade do Minho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário