CONSULTORA DE RH – CAPITAL HUMANO

FORMADORA DE COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

BUSINESS E LIFE COACH

“Ajudo as pessoas a colorir pensamentos”

Identifico-me como uma pessoa dinâmica, criativa, fascinada pelo comportamento humano, apaixonada pela vida, pela procura da felicidade, bem-estar e realização pessoal e profissional.

Com uma visão aberta e criativa identifico, avalio e desenvolvo o talento e as competências individuais, de equipa e das organizações, para que se tornem mais conscientes,eficientes e felizes, atingindo os resultados desejados e realizando-se plenamente na vida pessoal e profissional.

O meu propósito é facilitar mudanças positivas e duradouras.

‎"Se um dia tiver que escolher entre o Mundo e o Amor, lembre-se: Se escolher o Mundo ficará sem Amor, mas se você escolher o Amor, com ele conquistará o Mundo" - Albert Einstein

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI288359-16360,00-SE+ALGUEM+FAZ+UMA+COISA+BEM+FEITA+VOCE+TEM+QUE+ELOGIAR+NA+HORA.html

“Se alguém faz uma coisa bem feita, você tem que elogiar na hora”


Simon Dolan explica como as emoções podem tornar o ambiente de trabalho um lugar muito melhor e por que os brasileiros jamais devem deixar de celebrar a vida

Por Soraia Yoshida
 Shutterstock
Elogio é bom, todo mundo gosta, mas tem que ser feito na hora para não perder o valor
É uma terça-feira pela manhã e o israelense Simon Dolan está sentado em uma roda formada por funcionários de uma empresa brasileira. Após falar sobre sua visão de gestão, em que o ser humano e suas emoções têm um peso fundamental, ele participa de uma dinâmica. Ao observar os rostos dos executivos que alegremente usam bastões para criar sons e riem abertamente, ele também parece feliz. “Rir faz muito bem às pessoas”, ele diz ao final da sessão. “O riso libera emoções. Os líderes das empresas precisam entender que a cultura em que as pessoas têm senso de diversão e trabalham em um ambiente mais solto, é a que trará inovação”.
Simon Dolan é professor de Gerenciamento de Recursos Humanos e Comportamento Organizacional Internacional na Esade Business School e diretor de pesquisa do Instituto de Estudos Laborais (IEL) da Universidade Ramon Llul, em Barcelona, na Espanha. Autor de 50 livros e papers sobre gestão e valores humanos, entre eles “Gestão Por Valores - Um Guia Corporativo para Viver, Manter-se Vivo e Ganhar a Vida no Século XXI “ e “Adiante: As Empresas e a Sociedade em Transformação” (Editora Saraiva), ele usa com frequência casos de conhecidos para ilustrar seus comentários. A conversa flui fácil e aproxima as pessoas. “Mas não publique isso sobre minha filha, por favor, ela pode não gostar”, ele diz, rindo, após um exemplo sobre a importância (ou não, como explica) de dividir valores.
  Divulgação
Simon L. Dolan, especialista em Comportamento Organizacional
Ao encarar o denominador humano – com suas falhas e idiossincrasias – como elemento fundamental para a cultura das empresas, Dolan se sente à vontade para instigar a emoção e, consequentemente, a paixão. Seu objetivo, diz, é convencer presidentes e diretores de empresas de que o local de trabalho deve ser um ambiente muito mais divertido e instigante. E que, ao agregar tais características à companhia, o resultado será inovação e maior rendimento. “Eu acredito que a paixão leva à inovação, faz com que as pessoas ousem mais e experimentem coisas que não conhecem. Mas paixão em adição à competência: só a paixão não é suficiente para compensar o fato de não se ter conhecimento e competência”, afirma.
As teorias de Dolan têm grande ressonância em algumas empresas, como o Google, que adotou sua visão ("eles me escreveram falando sobre isso"). No Brasil a convite da Marcondes Consultoria e BBS Business School, ele diz que se sente muito à vontade com tantos beijos e abraços. “Adoro o Brasil e a maneira como as pessoas se expressam”, afirma. “Tenho certeza que o país vai se sair muito bem, só espero que não deixem esse espírito de celebração para trás”.
Muitas das coisas que são ditas em seus livros parecem fruto da observação do comportamento humano e do bom senso. Mas olhando para o cenário das empresas, não se pode dizer que todos os líderes andam exercitando seu bom senso, não é?
Sim, de fato. No tipo de cultura em que vivemos, há uma inclinação maior em se criticar e usar os exemplos negativos – em vez de usar simetria para equilibrar as coisas. Quando alguém faz uma coisa ruim, você precisa dizer isso a ela. Mas quando alguém faz uma coisa boa, você tem de elogiar na hora. A recompensa precisa ser eficaz e instantânea, deve vir imediatamente após a tarefa bem cumprida. Ao fazer isso, você gera emoções, que é o que move as pessoas.
É sempre bom gerar emoções? Em qualquer tipo de trabalho?
Depende de como isso é feito. Meu “feeling” é que se você conecta emoção com paixão, é sempre positivo porque a fórmula para a excelência em tudo o que fazemos é uma combinação de competência técnica mais paixão. Se alguém tem competência, vai fazer um bom trabalho. Porém, não há garantia de que consiga ser excelente e nem de que seja capaz de manter esse padrão de excelência. Se você só tem paixão pelo que faz, sem ter a competência técnica, não vai chegar a lugar algum. Agora, se você combinar a paixão com a competência, aí sim fará um trabalho excelente. Eu acredito que a paixão leva à inovação, faz com que as pessoas ousem mais, corram riscos e experimentem coisas que não conhecem. Mas falo de paixão em adição à competência, só a paixão não compensa a falta de conhecimento e competência.
É mais fácil fazer com que alguém se torne competente em uma área do que apaixonado?
É muito mais fácil ser competente do que desenvolver a paixão. Você pode buscar o conhecimento. A paixão você tem que trazer à tona.
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Unir paixão e competência em um ambiente mais solto: o caminho para a excelência
Como as companhias podem gerar motivação e instigar a paixão?
Quando os líderes nas organizações entenderem que ao criar uma cultura em que as pessoas têm um senso um diversão, um ambiente mais leve para trabalhar, isso trará inovação. Para que uma organização se torne excelente, é preciso tentar equilibrar três eixos: um é o econômico-pragmático, o outro é ético-social, o terceiro é o emocional-desenvolvimentista. Ao trabalhar a questão econômico-pragmática, você não tem oportunidade de ser brincalhão. Só que as companhias precisam instigar esse aspecto, afinal é no trabalho que se passa a maior parte da vida. O que estou tentando fazer é ajudar as empresas, na figura de seus presidentes e diretores, a negociar valores que possam aproximar o que se faz do que se gosta. Essa é a minha metodologia de reengenharia de cultura. E isso pode ser feito – e pode ser feito agora.
A mudança sempre tem de vir de cima para baixo?
Sim, o CEO não é um líder transformacional. Ele fala muito em inovação, mas quando se trata de colocar a inovação em prática, ele não tolera o fracasso. Como alguém pode inovar, pensar de maneira diferente, se não pode arriscar? Muitos líderes não entendem que, para inovar, é preciso lidar com o fracasso. O que eu faço é ajudá-los a desenvolver esse processo. Um estudo feito por uma consultoria com as mil maiores empresas mostra que quando se cria uma cultura de inovação alinhada com a cultura empresarial, o resultado é um aumento de 33% em produtividade e inovação, além de um crescimento geral de 20%.
Inovar já não é fácil, que dirá manter o processo e continuar inovando...
Por isso é tão importante pensar nos funcionários, elogiar sua equipe. Elogie sempre o que for feito de bom, mas de uma maneira sincera. Você precisa encontrar formas diferentes de dizer às pessoas que elas estão fazendo um bom trabalho. É importante inovar até nesse sentido. E nunca tente manipular sua equipe: as pessoas entendem quando um elogio é feito apenas com a intenção de manipular, portanto se for assim não terá efeito algum.
Quando se trata de lidar com a equipe, um líder sempre tem que ser honesto, mesmo quando precisa fazer críticas?
Sim, não há problema em dizer a alguém que seu trabalho não está bom. Tem que ser simétrico, como eu disse, você precisa dizer quando foi bom e quando foi ruim. O que não se pode fazer é apontar o tempo todo somente o que está errado.
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Meio cheio ou meio vazio: o importante é trabalhar com as características que se tem
E o que se faz quando alguém está em uma fase em que nada dá certo?
Tudo bem, isso acontece. Como coach, você chega na pessoa e diz “Olha, a vida tem muitos ciclos e não é possível estar sempre no topo. Agora, você pode estar em baixa, mas haverá um período em que voltará ao topo novamente”. Eu dou centenas de palestras todos os anos. Você acha que toda vez é sempre um grande sucesso? Não. Muitas vezes não sei o que a plateia está esperando. Eu tenho experiência suficiente para mudar minha palestra, o que já aconteceu muitas vezes. É preciso usar sensibilidade e inteligência. Não há fórmula para que alguém seja excelente o tempo inteiro.
Mas é possível interromper um ciclo de baixa?
Sim, é possível. Às vezes você tem os recursos para fazer isso sozinho e, muitas vezes, você precisa de ajuda e é isso que os coaches fazem. É disso que se trata um time. Um coach pode ajudar a interromper um ciclo de baixa.
É possível usar uma experiência que foi muito boa, um certo momento da vida ou da carreira como guia e carregar essa emoção pelo resto da vida?
Você não deve apostar todas as suas fichas em um só lugar. A maioria dos projetos inclui vários elementos. Um deles você sempre pode controlar. E esse elemento que você consegue controlar e que te faz feliz, é a ele que você deve dedicar mais seu tempo. Esse é o segredo. E é isso que faço com muitos dos que se preparam para ser coaches: vejo quais são os sonhos deles, o que são capazes de controlar em suas vidas, o que os faz felizes, e eles desenvolvem o plano. 
Falando assim parece fácil, mas pouca gente aplica isso na vida.
Nesta vida, a maior parte das coisas é fácil. Embora nós, seres humanos, sejamos máquinas muito complexas, ainda temos necessidades e desejos muito primitivos. Se formos honestos e conseguirmos nos conhecer melhor, podemos converter os fatos. Eu tive um problema que me tirou 70% da visão em um lado. Sei de outras pessoas com problema semelhante que se tornaram melancólicas e depressivas. Eu acho que é uma questão de escolha. É a famosa história do copo de água. Eu decidi me concentrar no que tenho, não no que não tenho. Acho que exageramos muito em relação à maioria dos problemas na vida e no trabalho. Não estou dizendo que muitos problemas ao nosso redor não são capazes de trazer tristeza. Mas posso dizer que nós mesmos geramos muita infelicidade, porque interpretamos as coisas de um jeito que sempre irá nos machucar. Não entendemos que as únicas vítimas somos nós mesmos. Então, o que estou fazendo no meu coaching é me concentrar no talento, na competência, não no que as pessoas não têm. E nada de viver no passado. Muita gente diz “Há alguns anos eu fazia tal coisa”. Isso foi ontem. Vamos nos concentrar no hoje e no agora.
Google
O novo escritório do Google em Londres: ambiente "livre de estresse", com sala de jogos e jeito de nave espacial
A nova geração, a chamada geração Y, é melhor preparada para as mudanças que o sr. prega?
Eu ensino em uma das melhores escolas do mundo, a Esade Business School, em Barcelona, e sempre questiono meus alunos sobre o tipo de organização em que gostariam de trabalhar. Eu faço a seguinte analogia com eles. Você termina o curso e sai para o mercado. Recebe uma proposta e descobre que vai ganhar muito bem, trabalhar numa multinacional, com grandes oportunidades de fazer carreira, mas seu chefe é um desgraçado, uma pessoa terrível. Outra oferta é feita por uma empresa que pagaria 30% menos, mas que abriria espaço para você criar um grande projeto em um ambiente divertido. A resposta deles: 90% preferem ir para a grande companhia. O que eles me explicam, porém, é que assim que pagarem os empréstimos que fazem para estudar lá, eles se mudariam para a outra companhia. A mesma coisa acontece nos casamentos. Nós nos casamos e esperamos que dure para o resto da vida. A realidade é muito diferente. Por quê? Porque as pessoas chegam a um ponto em que descobrem que não dividem mais os valores fundamentais (core values) e eles acreditam que têm direito nesta vida a dividir esses valores com alguém. Todos tentamos ser felizes.
Na sua experiência, é possível dizer que, como os próprios funcionários, os CEOs estão sempre buscando alguma coisa? Eles também estão tentando ser mais felizes? Alguns deles, sim. Se você olhar para as organizações, verá um paradigma: há um diretor geral para a companhia. Esse sujeito é muito infeliz, porque na maioria das culturas de empresa, quem está no topo não divide a informação com as pessoas mais próximas porque acredita que sempre há alguém querendo pegar seu lugar. Com isso, esse CEO pode se tornar muito paranóico. E eu digo a ele: arrisque-se mais. Ao aceitar riscos, o que tiver de ser, será. Mas enquanto estiver fazendo isso, trabalhe com sua equipe, aprenda com eles. A maioria das organizações vive o conflito de ter de gerenciar o controle de um lado e a confiança do outro. Felizmente, já faz algum tempo que isso começou a mudar, o controle está bem e a confiança melhorou muito. Hoje em dia, os negócios são muito complexos, envolvem muitas pessoas e as decisões precisam ser tomadas imediatamente. Para fazer isso, é preciso confiar. Isso inclui também nossos parceiros na vida. Pense na energia, no esforço que demandaria para controlar o seu parceiro. Você prefere ficar controlando quem está do seu lado ou confiar nele? Quando falo com um presidente, eu mostro a ele o enorme custo que representa para a empresa não se confiar no parceiro. Desenvolver a confiança requer um processo longo. E para perder a confiança, basta um segundo.
  Getty Images
Integrante do bloco Olodum desfila nas ruas de Salvador, na Bahia
O sr. acredita que os brasileiros estão mais abertos a seus ensinamentos porque você fala muito em emoção, paixão e sentimentos, que são muito importantes no nosso estilo de vida?
Creio que sim. Eu comparo o Brasil hoje com os Estados Unidos. Eu fui educado nos EUA e digo, com tristeza, que eles têm a competência para mudar, mas são tão arrogantes, acham que são os melhores e não percebem que o mundo a seu redor está mudando. Eles não entendem que ter sido o melhor ontem não significa ser o melhor amanhã. Os brasileiros sabem que não têm nada a perder e por isso experimentam, o que é muito bom.
O sr. acredita que o país vai se manter nesse movimento de ascensão como muitos economistas estão dizendo?
Sim, e eu tenho orgulho em dizer que previ isso há mais de dez anos. Eu visito o país regularmente há 15 anos. Olhe para o Brasil, o país está acontecendo. Por que agora e não antes? Não foi porque o país não tinha potencial, sempre teve. O que acontecia é que o Brasil era visto no mesmo nível da Argentina, com muita corrupção, muitos problemas. A corrupção, aliás, é para mim o grande desafio do governo Dilma Rousseff. Sei que há pobreza, favelas, falta educação, mas essas coisas vão melhorar, não tenho dúvida. Os brasileiros têm um senso enorme de comunidade, não deixam tudo para o governo, já vi histórias incríveis por aqui. Só gostaria que o Brasil não se tornasse uma sociedade de consumo tão grande quanto os EUA. Os brasileiros não deveriam abandonar o samba, o carnaval, a alegria, deveriam trazer essa celebração da vida para dentro das empresas – e não achar que é perda de tempo. É uma maneira incrível de construir relações.